sexta-feira, 30 de novembro de 2018

5 capitulo - Viver com a baixa visão no dia a dia

4 capitulo - Viver com a baixa visão no dia a dia

3 capitulo - A baixa visão no dia a dia

2 Capitulo - Viver com a Baixa Visão no dia a dia

1º capitulo - Viver com a Baixa Visão no dia a dia

Desmitificando a Baixa visão e a Bengala Verde - Parte 6

Desmitificando a Baixa visão e a Bengala Verde - Parte 5

Desmitificando a Baixa visão e a Bengala Verde - Parte 4

Desmitificando a Baixa visão e a Bengala Verde - Parte 3

Desmitificando a Baixa visão e a Bengala Verde - Parte 2

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Os quatro Pilares da Minha Readaptação - 1º Pilar - É preciso ter fé!



Em artigos anteriores eu disse que havia quatro pilares que sustentavam a minha readaptação como deficiente visual. Aliás, no decorrer do meu caminho diante da cegueira progressiva, nesta chamada “baixa visão” tão complicada de explicar, deparei-me também com este “Por quê?” que nos faz perplexos diante de uma limitação na nossa vida diária.

Ainda mais se temos uma fé religiosa, este “por quê” grita, e vai à procura de Deus para encontrar uma resposta a esta questão, que no início, parece não ter realmente qualquer resposta que nos possa consolar.

Eu sempre fui e sou uma crente em Deus. Desde muito criança, sempre tive este grande desejo de desenvolver o meu lado espiritual, encontrando na fé cristã católica, o meu espaço religioso.

Durante muitos momentos na minha vida deparei-me com situações que pareciam não ter qualquer resposta humanamente justa, mas que ao colocá-las diante de Deus, na fé, encontrei respostas.

Quando estamos neste limite entre crer e não crer, precisamos mesmo descobrir o que exatamente cremos.

Sim, porque termos fé em Deus, mesmo que fora de um ambiente religioso, depara-nos com esta interrogação: Por quê, comigo, meu Deus?

Esta pergunta é a pergunta de todo o crente que confronta Deus diante de algo que não compreende.

Esta pergunta não tem nada a haver com falta de fé em Deus.

Antes, esta pergunta faz-nos ter ainda mais fé em Deus.

Diante de uma dificuldade, o que geralmente fazemos é ir ao encontro do nosso melhor amigo e perguntar-lhe: - Porquê aconteceu isto comigo?

Se temos uma fé esclarecida em Deus, Nele encontramos este amigo verdadeiro, e por isso ousamos perguntar-lhe:

- Porquê aconteceu isto comigo?

É uma pergunta transformadora e digo isto de experiência própria.

É preciso que tenhamos esta coragem de perguntarmos a Deus, e colocarmo-nos, assim nos seus braços, como que nos braços de um verdadeiro amigo, quando se passa uma grande adversidade.

Quando temos fé em Deus, Este Deus é o nosso melhor amigo.

E por isso, a fé faz-nos perguntar a este nosso Melhor Amigo, o que nos indaga interiormente.

E assim, quando me deparei com a baixa visão, em que muitos dos meus projetos estavam a cair das minhas mãos por causa das minhas limitações, eis que fui até Deus e assim coloquei-me nas mãos Dele.

Há quem diga que Deus não responde às nossas perguntas ou talvez, o que realmente acontece é que não sabemos ouvir e nem queremos ouvir as Suas respostas.

Nem sempre as respostas de Deus são fáceis de ouvir.

Eu tenho um costume de ir à igreja e estar lá, mesmo que não esteja lá ninguém, especialmente quando estou a passar por momentos difíceis. Acreditem que já tive imensas surpresas espirituais nestes momentos de reflexão em que no silêncio e no vazio de mim mesma, desejo escutar o que Deus tem a me dizer. Este falar de Deus connosco, pode-se revelar no momento, ou então no decorrer do que se vive, pois Deus pode-nos falar interiormente, ou então por meio de acontecimentos ou de outras pessoas, por vezes, até por meio de pessoas desconhecidas. 


Por isso, este silêncio com Deus também é o momento em que se faz silêncio nas queixas, lágrimas e zangas.

Foi num desses momentos que uma espécie de frase foi partilhada. Já não me lembro muito bem como, mas foi esta frase que me fez novamente acreditar em mim e nas minhas potencialidades, mesmo passando por uma limitação que julgava intransponível, a cegueira progressiva.

"A pessoa humana vê a montanha, mas Deus vê para além da montanha!"

Quando ouvi esta frase, não compreendi muito bem o seu significado, mas acreditem que esta frase tem sido esperança viva na minha vida, ao longo deste percurso com baixa visão.

Sim, a baixa visão é esta montanha que parece a quem está a perder a visão, uma montanha enorme, alta demais para ser galgada por nós. Diante da cegueira progressiva, senti-me pequenina, frágil e quase que sem meios humanos para lidar com tamanha força devastadora.

Porém, para além desta montanha, há algo. E realmente este algo que a montanha parece esconder, é um desafio que nos fará crescer, e só Deus para nos levar a ver isso.

A deficiência visual não é o fim… Ah, ela quer que seja o fim, quer nos limitar e fazer-nos parar!!!!

É apenas uma montanha! Para além da montanha, e só depois de atravessarmos esta montanha, e até ouso dizer, que ainda estamos a atravessar a montanha, e já se vislumbra muito de um mundo novo de nós mesmos, que nunca descobriríamos se nos detivermos diante desta montanha da limitação visual.

A fé realmente permite-nos ver para além da montanha. Ter fé é acreditar naquilo que não se vê!

Por isso, a fé foi um destes pilares imprescindíveis na minha readaptação. Sem esta fé, tal percurso seria como que manco, sem todos os suportes, pelo menos para mim.

Já dizia o grande cientista Pascal: «com a fé, vejo mistérios; sem a fé, vejo absurdos»

Sim, diante da perda da visão, parece absurdo pensar-se que é possível continuarmos, desenvolver potencialidades, e seguir em frente.

Contudo, com a fé, todo este absurdo materializa-se em histórias reais que fui conhecendo neste novo mundo da baixa visão. Pessoas reais que hoje trabalham, realizam os seus projetos de vida e prosseguem, apesar das suas limitações físicas.


Pessoas como a escritora Manuela Silva que tive a oportunidade de conhecer no Dia Internacional das Bibliotecas que se comemorou no dia 1 de julho último, na Biblioteca de Gaia. Nesse dia, alguns autores apresentaram os seus livros, e foi assim que eu apresentei o meu livro “Bia por um Triz”, e a Manuela Silva apresentou o seu livro “Aprender a ser feliz”.

Como estive em mudança de casa, nos últimos dois meses, apenas na passada semana é que consegui ler este livro (na versão áudio para pessoas com deficiência visual): “Aprender a ser feliz” da autora Manuela Silva.

Este livro, por meio de uma história em forma de romance, provoca-nos com várias questões sobre a tal chamada deficiência e limitações que parecem montanhas intransponíveis.

“Aprender a ser feliz” provoca-nos porque segundo a autora, este deve ser o nosso objetivo de vida, e por isso, o livro conta a história de pessoas que aos olhos do mundo, poderiam estar extremamente limitadas fisicamente, e no entanto, estas pessoas são as que alavancam as suas vidas, rompendo preconceitos e tabus, pois existe muito mais para além da montanha da deficiência.

Para quem quiser adquirir este livro, deixo abaixo os contactos da autora, pois este livro é uma edição de autor e 10% da venda reverte em favor da FCD - Fraternidade Cristã dos Doentes Crónicos e/ou Deficientes Físicos.

Com a leitura deste livro pude contemplar mais uma vez que a montanha da deficiência é apenas uma montanha, e é preciso que estejamos preparados pois muito há para além desta montanha.

É preciso ter-se fé!



Para adquirir o livro "Aprender a ser feliz" contacte diretamente a Autora Manuela Silva: Telemóvel - 912 463 884
e-mail: manuelasilva1962@gmail.com
No Instagram - cantinho da Nela 

10% da venda do livro "Aprender a ser feliz" reverte em favor da FCD - Fraternidade Cristã dos Doentes Crónicos e/ou Deficientes Físicos. 

Fotos de Rosária Grácio.

A foto da capa do livro "Aprender a ser feliz" foi retirada do bibliografia.bnportugal.pt/

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Para saber mais como a Bengala Verde me ajudou e ajuda na minha readaptação como deficiente visual, convido-te a ver estes vídeos: